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Mostrando postagens de agosto, 2012

UMA VULGAR ELOQUÊNCIA

A interpretação é a maior tentação para a ciência. Ela está aí, e vamos fazendo ciência sem poder prescindir dos riscos a que nos expõe. Às vezes é difícil distinguir a causa e o efeito, o vetor e a característica do fenômeno. A grande polêmica, que aflora cotidianamente, sobre o Acordo Ortográfico, é só um exemplo da guerra intestina que se trava nas áreas que envolvem a língua. Questão de opinião? Questão de vaidade intelectual? Não, questão fundamental, porque a língua é veículo de comunicação ou de desentendimento entre os homens. Mas na área da língua portuguesa, tornou-se também terreno de luta pela defesa da tradição ou do avanço, luta por prestígio geográfico, luta comercial. O Acordo Ortográfico virou uma espécie de bode expiatório para toda sorte de desavença. Para início de conversa, preciso esclarecer aos leitores de que lado estou: após um breve período de ceticismo, aprovei o espírito do Acordo. Falar a partir dessa posição muda tudo e é claro que receberei muitas crít

A LÍNGUA E O ESPÍRITO OLÍMPICO

Lealdade, união, confraternização, encontro. Os jogos olímpicos exaltam a paz e o lado positivo da competitividade. E a língua? Como se sabe, a língua pode ser um poderoso instrumento de controle. Nem sempre é veículo de democratização. Mas as olimpíadas da língua portugesa existem para a ajudar a difundir a sua importância. O que pode ser feito? Incentivar a leitura de forma sistemática e interdisciplinar, porque não se lê apenas nas aulas de português e não se lê somente literatura. Além disso, incentivar a escrita nas suas várias modalidades: técnica, criativa, divulgativa, persuasiva, poética etc. É hora de ler nas aulas de ciências, de biologia, de física e de estudar melhor os registros linguísticos desses setores. É hora de nós, professores de língua, acolhermos o desafio de falarmos sobre os mais diversos assuntos, darmos os passos necessários para uma interdisciplinaridade de fato.  É preciso que este espírito prevaleça para que a língua seja cada vez mais um vetor relevant

SALVE O DIA DO MAU HUMOR

Procurando, é possível encontrar motivo para festejar tudo, até o mau humor. No Brasil, a festa é dia 13 de novembro, mas desconfio que seja uma brincadeira para ironizar o Dia Internacional da Gentileza, promovido por um comitê internacional e festejado desde 1996. Por que a premissa? Porque mau humor não tem dia. Esbarra no nosso cotidiano, atrapalha a vida da gente e atrapalha a comunicação. Muitos problemas entre os falantes estão ali, naquela presença ou ausência de boa vontade em ouvir ativamente o que o outro fala e em fazer um esforço para exprimir-se com clareza. Mas já que resolvi tirar fora a minha porçãozinha de mau humor, deixo algumas pérolas com comentários para o deleite dos perfeccionistas de plantão. São pequenos vícios que ferem os ouvidos, especialmente quando emergem de um falante competente. Como sempre, é preciso fazer ressalvas: todo mundo erra, é humano. O problema é quando profissionais da área persistem no erro. "Atiradores atacam templo n